“Coringa: Delírio a Dois” (ou Joker: Folie à Deux), a aguardada sequência do aclamado Coringa de 2019, foi uma verdadeira decepção tanto para os críticos quanto para o público. Com um orçamento impressionante de cerca de 200 milhões de dólares, a produção visava repetir o sucesso de seu antecessor, que arrecadou mais de 1 bilhão mundialmente. No entanto, a sequência dirigida por Todd Phillips, estrelada por Joaquin Phoenix e Lady Gaga, falhou em corresponder às expectativas e enfrentou duras críticas desde seu lançamento.
Logo na sua estreia, Coringa: Delírio a Dois foi recebido com indiferença nas bilheterias. No primeiro final de semana, o filme arrecadou apenas cerca de 50 milhões de dólares nos Estados Unidos, muito abaixo da previsão inicial de 70 milhões. Globalmente, o longa alcançou um total de 121 milhões de dólares, o que é um desempenho alarmante para um filme com um orçamento tão elevado. Comparativamente, o primeiro Coringa conseguiu mais de 96 milhões em sua estreia apenas nos EUA e terminou sua corrida com mais de 1 bilhão globalmente.
Além das fracas bilheterias, o filme foi duramente criticado. No Rotten Tomatoes, sua pontuação caiu de 63% para 33% após o lançamento, e ele recebeu a menor nota já dada para um filme de super-herói no CinemaScore, um “D”. O público expressou seu descontentamento, com muitos apontando a falta de entretenimento e a abordagem excessivamente subversiva como pontos fracos. Críticos também argumentaram que o filme, ao tentar se diferenciar demais, acabou alienando a audiência.

Prejuízos e Lançamento no Streaming
Com o filme rapidamente perdendo tração nas bilheterias, a Warner Bros. optou por antecipar sua estreia nas plataformas de streaming, menos de um mês após seu lançamento nos cinemas. Essa decisão foi vista como uma tentativa desesperada de recuperar parte do investimento, já que a arrecadação nas salas de cinema foi insuficiente para cobrir o enorme orçamento de produção. O lançamento prematuro no streaming também confirma o declínio das expectativas da Warner em relação à capacidade do filme de se manter nas bilheterias.
Conclusão
Gostaria muito de poder trazer uma análise detalhada da minha experiência ao assistir o filme, mas, infelizmente, não consegui terminar. Decidi abandoná-lo praticamente na metade, pois a narrativa se arrastava de forma desinteressante e parecia completamente desconexa da intensidade emocional que marcou o primeiro filme. A tentativa de reinventar o conceito do Coringa, que funcionou brilhantemente em 2019, agora se perde em meio a escolhas artísticas que parecem forçadas e sem propósito.
Não estou criticando a ousadia do filme, muito menos o fato de ser um musical, porém, o que faltou foi uma execução coerente entre essas escolhas criativas e a narrativa. A transição para o gênero musical poderia ter sido uma adição interessante ao universo do Coringa, mas, ao invés de enriquecer a experiência, pareceu desconectada do enredo principal, tornando os momentos musicais quase forçados e sem uma verdadeira justificativa dentro da história.
A ideia de arriscar e sair do convencional é sempre bem-vinda, mas nesse caso, as sequências musicais pareceram desnecessárias e até mesmo deslocadas, o que contribuiu ainda mais para a sensação de perda de ritmo e coesão.
Em resumo, Coringa: Delírio a Dois se revelou uma experiência decepcionante, não apenas pelo seu fracasso nas bilheteiras e críticas, mas também pela dificuldade de conectar-se emocionalmente com o público.
Apesar da ousadia de suas escolhas, especialmente ao optar por um formato musical, a execução deixou muito a desejar.
É uma pena ver uma franquia tão promissora perder seu brilho em uma sequência que deveria ter elevado ainda mais o legado do Coringa.